O envelhecimento populacional já é uma realidade brasileira (Ipea, 2021). Com isso, é necessário garantir a essa população qualidade de vida e, nesse cenário, vemos a importância da vacinação. 

Por conta das alterações imunológicas ocorridas ao longo do processo natural de envelhecimento, os idosos são mais suscetíveis ao surgimento de algumas doenças infectocontagiosas, principalmente as do aparelho respiratório. A vacinação em idosos reduz as internações e o risco de morte causados por doenças cardíacas, cerebrovasculares, pneumonia ou influenza (infecção viral aguda do sistema respiratório) (Branco, 2018). Além disso, para garantir o seu efeito protetor, é fundamental que o idoso siga corretamente o calendário de vacinação e respeite o intervalo entre as vacinas. 

No calendário vacinal do idoso, constam as seguintes vacinas obrigatórias: 

  • Influenza (gripe) 
  • Pneumocócicas 
  • Herpes zóster 
  • Difteria, tétano e coqueluche ou dupla adulto (difteria e tétano) 
  • Hepatites A e B 
  • Febre amarela 
  • Meningocócicas conjugadas 
  • Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) 
  • Covid-19 

Entretanto, até os dias de hoje ainda existem muitas dúvidas quanto aos benefícios das vacinas e o porquê devem ser tomadas anualmente.  

A vacina da gripe, por sua vez, é a forma mais eficaz e segura de prevenção contra a doença e suas complicações. Ela reduz a circulação do vírus e evita que pessoas que não possam tomar a vacina, como recém-nascidos e imunodeprimidos, estejam em perigo (Sanches, 2022). A vacina da gripe deve ser tomada anualmente, pois o vírus influenza sofre mutações que modificam a sua estrutura, tornando a vacina tomada anteriormente, menos eficaz.  

O imunizante Pneumocócica ajuda a prevenir várias infecções, desde as leves, como otite, até as mais severas, como pneumonia bacteriana e meningite. Deve ser tomada de rotina e a recomendação para os idosos é iniciar com uma dose da VPC13 seguida de uma dose de VPP23 seis a 12 meses depois, e uma segunda dose de VPP23 cinco anos após a primeira (SBIm, 2022).  

A vacina da herpes zóster serve para proteger o organismo contra o vírus que causa essa infecção e suas complicações, como a neuropatia pós-herpética, responsável por uma dor crônica prolongada e de difícil controle. Deve ser tomada de rotina a partir dos 50 anos (SBIm, 2022).  

Temos, também, a vacina da difteria, tétano e coqueluche ou dupla adulto que protege contra essas doenças. A coqueluche é uma doença bacteriana aguda, altamente contagiosa, causada pela Bordetella pertussis. O tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada pelo Clostridium tetani. Ela se caracteriza por hipertonia da musculatura, generalizada ou não e pode se intensificar e causar o espasmo ou convulsão tônica a qual é responsável pela maioria dos óbitos. A difteria é uma doença infecciosa aguda, causada pelo Corynebacterium diphtheriae, que atinge preferencialmente crianças (Prevcenter, 2015). Deve ser tomada de rotina e é indicada mesmo para aqueles que já tiveram a coqueluche (SBIm, 2022).  

O imunizante contra as Hepatites A e B protege contra infecções no fígado que podem se agravar. Devem ser tomadas quando recomendadas as duas vacinas (SBIm, 2022). 

A vacina contra a febre amarela é a medida mais eficaz para evitar casos graves e mortes pela doença. Nos idosos, o risco de reações adversas causadas pela vacina é maior, pois esse grupo apresenta um envelhecimento natural do sistema imune, chamado imunossenescência, o que acarreta uma maior incidência de efeitos colaterais (Amb, 2018). Deve-se, portanto, avaliar o risco/benefício da vacinação, considerando também o risco individual de infecção (SBIm, 2022).  

A vacina Meningocócica C conjugada protege contra a meningite e infecções generalizadas causadas pelo meningococo C. Esse imunizante é recomendado em casos de surtos e viagens para áreas de risco. 

Além destes, temos a vacina da tríplice viral que tem a função de proteger contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. É indicada para os idosos em situação de risco aumentado (SBIm, 2022).  

Por fim, a vacinação contra a Covid-19 ocorre no Brasil desde janeiro de 2021, e tem como objetivo principal reduzir a possibilidade de infecção, de morbimortalidade e de hospitalizações decorrentes da doença. Estão disponíveis no país os seguintes imunizantes: CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen. Independente de qual vacina tomar, devem ser seguidos corretamente o número de doses e o intervalo de tempo. Nas vacinas que precisam de duas aplicações, a OMS recomenda que ambas as doses sejam do mesmo laboratório, não existindo, para já, benefício reconhecido no uso de doses de vacinas diferentes (Reis, 2022). Além disso, devem ser tomadas, também, as suas doses de reforço, que deve ser feita após um intervalo mínimo de 4 meses desde as doses iniciais. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

  1. REIS, Manuel. Vacinas COVID-19: eficácia, doses e efeitos colaterais. [S. l.], jul. 2022. Disponível em: https://www.tuasaude.com/vacina-covid/. Acesso em: 30 jul. 2022. 
  1. IPEA. Projeções indicam aceleração do envelhecimento dos brasileiros até 2100. [S. l.], 13 out. 2021. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=38577. Acesso em: 30 jul. 2022. 
  1. OLIVEIRA, C. I. Vacinação de idosos no Brasil: 8 vacinas obrigatórias segundo o calendário vacinal. [S. l.], 6 abr. 2022. Disponível em: https://acvida.com.br/familias/vacinacao-de-idosos-no-brasil/. Acesso em: 29 jul. 2022. 
  1. SANCHES, Danielle. Entenda a importância das vacinas contra gripe e pneumonia. [S. l.], 21 jun. 2022. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/06/21/vacina-da-gripe-tem-baixa-adesao-no-brasil-em-2022-entenda-sua-importancia.htm. Acesso em: 29 jul. 2022. 
  1. Sociedade Brasileira de Imunizações. CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO SBIm IDOSO. [S. l.], 24 jun. 2022. Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-idoso.pdf. Acesso em: 30 jul. 2022. 
  1. Prevcenter. Difteria-Tétano-Coqueluche acelular (DTPa) para adultos. [S. l.], 7 abr. 2015. Disponível em: https://prevcenter.com.br/difteria-tetano-coqueluche-acelular-do-adulto-dtpa-adultos/#:~:text=Devem%20vacinar%20contra%20difteria%2C%20t%C3%A9tano,irm%C3%A3os%20mais%20velhos%20e%20cuidadoras. Acesso em: 30 jul. 2022. 
  1. Associação Médica Brasileira. Vacina contra febre amarela em idosos – perguntas e respostas. [S. l.], 30 jan. 2018. Disponível em: https://amb.org.br/noticias/vacina-contra-febre-amarela-em-idosos-perguntas-e-respostas/. Acesso em: 31 jul. 2022. 
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