Com a pandemia do Covid-19 em 2020 e a chegada da vacina no Brasil em janeiro de 2021, grande parte da população ficou com dúvidas em relação à eficácia das vacinas e como ela agiria no corpo humano. A partir disso, iremos esclarecer algumas das vacinas que vieram para o Brasil.
Para começar, temos o imunizante feito pela farmacêutica Astrazeneca, desenvolvida pela Universidade Oxford, na Inglaterra, e distribuída no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que funciona da seguinte forma: O imunizante usa uma tecnologia conhecida como vetor viral não replicante a partir de um vírus modificado e enfraquecido, como um adenovírus (responsável pelo resfriado comum). O adenovírus é modificado por meio de engenharia genética e se torna incapaz de se multiplicar. Ele também passa a carregar o material genético do SARS-CoV-2 e se torna capaz de produzir uma proteína característica, chamada de espícula, ou “spike”. Essa proteína é responsável por auxiliar que o vírus entre nas células humanas e cause a doença. Ao receber a vacina, o corpo humano reconhece o adenovírus e passa a produzir uma resposta imune contra toda célula que carregue a proteína spike (Rosa, 2021).
Além dessa vacina, temos a Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, e testada no Brasil pelo Instituto Butantan, nesse caso o vírus é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois passa por um processo de inativação por meio do calor ou de produtos químicos. Ao receber a vacina, o organismo entra em contato com as partes “mortas” ou inativadas do vírus. Essas partes são incapazes de provocar a doença; apenas são utilizadas para o reconhecimento do nosso sistema imunológico, que começa a gerar os anticorpos necessários para combater o coronavírus. As células, ao encontrarem as partes inativadas do vírus, ativam os linfócitos, responsáveis pela produção de anticorpos, que se ligam às partes do vírus e impedem a sua multiplicação e infecção de outras células humanas. A produção de anticorpos começa a partir do momento que a vacina é aplicada, mas demanda um tempo até que o organismo fique protegido da doença (Rosa, 2021).
Também é distribuída no Brasil a vacina da farmacêutica americana Pfizer, que utiliza a tecnologia conhecida como mRNA ou RNA-mensageiro. Esse tipo de tecnologia orienta o nosso organismo a produzir a própria proteína spike, que constitui o vírus SARS-Cov-2. Por meio da engenharia genética, os cientistas replicaram a sequência de RNA que indica a produção da proteína e injetam esse conteúdo por meio do imunizante. A partir daí, esse material é entendido como um manual de instruções pelas células humanas, que reconhecem essa “cópia” e inicia-se a resposta do sistema imunológico (Rosa, 2021).
Esses imunizantes são extremamente importantes, pois atuam na prevenção contra o coronavírus, diminuem a possibilidade de infecção e as sequelas de casos mais graves. Além disso, devem ser tomados de maneira correta, respeitando o intervalo de tempo entre cada dose. Contudo, é visto que ainda existem muitas dúvidas com relação ao imunizante do Covid-19 e da Influenza, visto que ambas as doenças possuem sintomas semelhantes, como gripe, tosse, inflamação da garganta, febre alta, mal-estar, entre outros. Entretanto, uma vacina não anula a outra.
A vacina da gripe deve ser tomada anualmente para todas as pessoas a partir dos 6 meses de idade. Todavia, os grupos que possuem maior risco de desenvolver complicações têm prioridade.
A vacina da gripe é composta por diferentes cepas do vírus Myxovirus influenza e inativados, fragmentados e purificados. Geralmente contém elementos da superfície do vírus, como hemaglutinina e neuraminidase. Portanto, trata-se de uma vacina inativada, que não causa a doença. A proteção proporcionada pela vacina é baseada na indução da produção de anticorpos neutralizantes do vírus, principalmente contra a hemaglutinina viral contida na vacina. A imunidade conferida pela vacina desenvolve-se após 15 dias da vacinação e sua duração é de cerca de 6 meses a 1 ano. Como os títulos máximos de anticorpos, obtidos dentro de 1 a 2 meses após a vacinação (Correr, 2021).
As primeiras vacinas contra a Covid-19 receberam autorização para uso emergencial no final de 2020, sem que nenhuma delas tivesse realizado estudo que avaliasse sua coadministração com outras vacinas, como a da gripe. Por esse motivo, por precaução, a recomendação inicial de autoridades reguladoras, programas nacionais de vacinação, e da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi de respeitar um intervalo de tempo de 14 dias entre a administração de uma vacina contra a Covid ou qualquer outra vacina (Nishioka, 2022).
O objetivo da vacinação é reduzir a circulação do vírus e, consequentemente, o número de hospitalizações e risco de morte devido à gripe, já que o Influenza está relacionado a uma série de complicações como pneumonia e doenças cardíacas. (Sakabe, 2019).
Com isso, podemos ver o quanto é importante se vacinar e estar atento aos calendários de saúde do seu município, para garantir não só a sua proteção, como também a de toda população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROSA, Ana Beatriz. Covid-19: Como funciona a vacina da Astrazeneca. Time de Saúde, 27 jul. 2021. Disponível em: https://timedesaude.com.br/corpo/covid-19-como-funciona-a-vacina-da-astrazeneca/. Acesso em: 22 jul. 2022.
ROSA, Ana Beatriz. Como funciona a CoronaVac e qual a sua eficácia. Time de Saúde, 20 jul. 2021. Disponível em: https://timedesaude.com.br/corpo/como-funciona-a-coronavac-e-qual-a-sua-eficacia/. Acesso em: 22 jul. 2022.
ROSA, Ana Beatriz. Covid-19: Como funciona a vacina da Pfizer. Time de Saúde, 22 jul. 2021. Disponível em: https://timedesaude.com.br/corpo/covid-19-como-funciona-a-vacina-da-pfizer/. Acesso em: 22 jul. 2022.
CORRER, Cassyano. VACINA CONTRA GRIPE: ENTENDA COMO FUNCIONA. Clínicarx, 10 dez. 2019. Disponível em: https://clinicarx.com.br/blog/vacina-contra-gripe-como-funciona. Acesso em: 20 jul. 2022
NISHIOKA, S. A. Pode-se vacinar contra gripe e COVID-19 no mesmo dia? A OMS e o Ministério da Saúde dizem que sim. UNA-SUS, 18 mar. 2022. Disponível em: https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/markdown/516. Acesso em: 20 jul. 2022.
SAKABE, Sumire. Vacina contra a gripe: por que é importante e quem deve ser vacinado?. Hospital Nove de Julho, 5 abr. 2019. Disponível em: https://www.h9j.com.br/pt/sobre-nos-site/blog-site/paginas/vacina-contra-a-gripe-por-que-e-importante-e-quem-deve-ser-vacinado.aspx. Acesso em: 21 jul. 2022.